domingo, 28 de agosto de 2011

Palavra de Prenda - Brinquedos Folclóricos por Dayala Streit



Eu sou Dayala Marina Ubessi Streit, tenho 12 anos, estou cursando a 7ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental Edison Quintana. Venho do município de Ibirubá, do CTG Rancho dos Tropeiros, pertencente a 9ª Região Tradicionalista. Eu iniciei no Movimento Organizado aos 8 anos de idade, quando fui junto com meus pais a um Jantar Fandango do CTG, nesta mesma noite fui convidada a participar das invernadas de dança. Dois anos após começar a dançar pedi aos meus pais se associarem no CTG, porque eu queria ser prenda de faixa, e aí em diante foram muitos momentos bons, mas também momentos difícieis.
Hoje, com muito orgulho, ostento o cargo de 2ª Prenda Mirim do Rio Grande do Sul, ouvir meu nome sendo chamado quase não tinha explicação, mas a certeza de poder dar continuidade nos trabalhos e representar o maior movimento sócio-cívico-cultural do mundo, sendo prenda e tradicionalista de alma e coração.
Para sermos Prendas Estaduais, passamos por etapas diversas, umas mais aprofundadas e outras menos. Sendo Prenda Mirim tenho a intenção de manter acesa a brincadeira da criança sadia, que faz o seu próprio brinquedo, mantendo contato com as coisas simples e em grupo. Incentivando as crianças para não passarem despercebidas por essa fase doce da vida.
Muitas crianças apenas acompanham a informatização e a tecnologia de comprar todos os brinquedos prontos, sei que devemos aproveitar todas as oportunidades que a modernidade nos dá, mas não podemos esquecer de nossas raízes e principalmente de nossos brinquedos folclóricos, da mesma maneira que as brincadeiras estão perdendo seu valor com o passar dos anos, mas temos que ver formas de resgatar nossas origens folclóricas da arte e tradição gaúcha.
Sabemos que os brinquedos e brincadeiras, atualmente, são considerados necessários para o crescimento das crianças e ajudam a desenvolver atitudes saudáveis e ensinam a viver em harmonia com os outros.
As crianças vivem num mundo próprio de encantamento, de fantasia, de sonhos, onde a realidade e o faz-de-conta fundem-se e confundem-se. Mas a necessidade de brincar não é exclusiva da criança. O homem, em qualquer fase de sua existência, sente a necessidade, que é abafada pelo pudor, pelo medo de ser considerado imaturo e infantil, já que a sociedade cobra, do adulto, um comportamento sério e responsável, onde o brinquedo esta excluído.
Sabemos que os brinquedos folclóricos gaúchos é uma manifestação folclórica, é uma expressão humana resultante da atividade cultural espontânea, não existe um folclore da criança, do jovem, do homem e do velho. A criatividade e aceitação coletiva observam-se em quaisquer fases da vida do homem e na aceitação coletiva há muito de folclore de homem adulto no mundo da criança ou vice-versa.
O desenvolvimento das brincadeiras infantis, entrega-se em seu universo, sem classificá-las em compartimentos estanques e, remetendo-nos às mais remotas origens dos brinquedos e a tradicionalidade dos mesmos.
Através da atividade lúdica a criança prepara-se para a vida, assimila a cultura do meio em que vive, a ele se integra, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece, aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes, a conviver como um ser social.
Sei que a infância é a idade das brincadeiras. Através delas, a criança satisfaz, em grande parte, em seus interesses, necessidades e desejos particulares. Conhecer a criança, em seu contexto cultural, implica observá-la no seu dia-a-dia. Como objeto do processo de aprendizagem de uma cultura, ela é submetida a um condicionamento pelos membros à qual pertence. Esse condicionamento desenvolve-se através de diferentes experiências de aprendizagem, de forma contínua, fazendo com que a criança adquira habilidade e competência necessárias à sua atuação presente e futura.
A brincadeira folclórica contém uma série de valores que, através do tempo, foram sendo selecionados de forma natural por diversas gerações, guardando relações de ajustamento à época e ao meio.
Um abraço a todos tradicionalistas!

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